quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Behavioral Coaching: Psicologia do Esporte




















Achei esse artigo bem interessante na net!

Ele demonstra a abrangência da aplicação da AC em diversas aéreas.
E também mais possibilidades de atuação do profissional analista do comportamento.

Pertence à Eduardo Neves P. de Cillo, redigido a partir de apresentações na II Jornada Mineira de Análise do Comportamento, ocorrida na UFMG, em junho de 2001, Belo Horizonte/MG.

Leia o artigo na íntegra!

Link para o Artigo:

www.iaac.com.br/textos/psicologiaesporte

domingo, 21 de setembro de 2008

Descrevendo as Contigências Aversivas no Banheiro da Faculdade

Essa semana, em uma rápida passada pelo banheiro masculino aqui da universidade, me deparei com mais essa pérola colada em cima do espelho da pia.

Mais um caso de pessoas preocupadas com o desperdício e o meio ambiente. Esse digníssimo sensato indivíduo foi muito feliz em sua intervenção.

Cansado de toda vez se deparar com o rolo de papel higiênico todo "empapado" de água. Manifestou-se então: “Não deixar o rolo de papel higiênico em cima da pia. Sabe por quê? Porque molha e molhando tem que jogar fora. Isso chama-se desperdício; portanto não coloque o rolo de papel higiênico em cima da pia.”

Ou seja, a sagaz pessoa, que provavelmente não é um analista do comportamento, mas sem saber pensou como um, utilizou de um procedimento simples. Descreveu as conseqüências aversivas da resposta de deixar o rolo de papel higiênico na pia.

A idéia foi realmente brilhante e bem funcional, só diria a pessoa que na próxima vez fosse melhor dizer o que as pessoas devem fazer com o rolo e não o que não devem fazer (ex: portanto coloque o rolo de papel higiênico na divisória dos sanitários) aumentando assim, ainda mais a probabilidade de seguirem a regra. Mas parabéns ao anônimo!

Pizzas e Refrigerantes Liberados!!! Comportamento Adjuntivo em um Rodízio

Recentemente estava conversando com um amigo pelos corredores da faculdade sobre nossas preferências acerca das pizzarias existentes na cidade. Depois de muito debate e comparações, chegamos à conclusão de que uma delas era sem dúvidas a campeã, pois nela é servido um rodízio de pizzas com refrigerante á vontade. Porém concordamos, como todo estudante universitário duro que somos, de que só é vantagem ir ao rodízio de pizzas quando ficamos o dia inteiro só com o pão com manteiga do café da manhã na barriga, assim quando chegava a hora de ir a pizzaria fazíamos valer nosso suado dinheirinho, comíamos e bebíamos até explodir, e ainda saíamos dando risadas do dono da pizzaria: “Hahaha, comi e bebi pra uma semana inteira e paguei nem a metade do que normalmente gastaria! Esse pessoal da pizzaria deve levar o maior prejú!”

Bom, depois de várias comilanças e as devidas digestões percebi que esses comportamentos de venda em rodízios eram bastante comuns em várias pizzarias por aí a fora. Então como um bom analista do comportamento que sou, comecei a pensar e pesquisar sobre os controles que atuam nesse tipo de venda, pois, como ele se mantinha, algum tipo de reforçador por parte das pizzarias era obtido, pois não dá pra viver tomando prejuízo financeiro de nós estudantes, famintos malabaristas econômicos.

Pois muito bem, na última vez que voltamos na pizzaria fiz um levantamento de nível de base, de quantos pedaços de pizza habitualmente comeria e o quanto beberia se comesse em casa. Já com os dados mensurados fomos à luta! Comemos e bebemos até enfartar como de costume, e durante a deglutição, fui mensurando a média do tempo em que os pedaços de pizza chegavam a meu prato e o número de fatias e de copos de refrigerante, onde sempre uma garrafa ficava à nossa disposição na mesa e era imediatamente reposta quando finalizada.

Quando fui analisar os dados, tive uma surpresa. Na contingência normal em casa, com as fatias de pizzas e refrigerantes à disposição de meu garfo e copo, sem atuação de operações estabelecedoras (OE Privação de Alimento), em um esquema de reforço contínuo (CRF), minha média era de 4 pedaços de pizza e dois copos de refri (400 ml). Já na contingência rodízio, onde incidia uma poderosa OE de privação de alimento e o esquema de chegada de pedaços de pizzas em meu prato foi em média VT9 minutos (no final o garçom já tava esquivando da nossa mesa, hehehe), o consumo no final da noite foram de, 8 pedaços de pizza e 6 copos de refri (1.200 ml). Como eu mesmo fui coletando os dados, as medidas foram reativas, provavelmente teria bebido mais ainda.

Se pensarmos o preço que a pizzaria cobra em um rodízio que é quase o mesmo de uma pizza de oito fatias inteira, e que geralmente eles servem refrigerantes baratos ou os com embalagens retornáveis. Ponto pra pizzaria!!! Compensa mais pra eles “dar” do que vender refrigerante nos rodízios, espertos que são, sabem que grande parte dos clientes vão sempre famintos. Assim, nós acabávamos sem perceber, por beber bem mais do que o normal, principalmente nos intervalos de uma fatia para outra, e assim saciamos com bem menos do que precisaríamos caso tivéssemos que comprar o refri. Com esse comportamento adjuntivo eles são reforçados positivamente (SR+) com o lucro que ganham. Sem falar nos ganhos de divulgação pra pizzaria, já que todo mundo sai falando muito bem do lugar.

Quando contei de meu breve experimento para uma amiga ela, sem pensar muito, me disse: “Dherrrr! Mas é Óbvio! É claro que eles te entopem de refrigerante, pra daí você não comer nada! E principalmente nós mulheres que já comemos pouco, comemos menos ainda! Eles faturam!”

Pois, é! Esse ingênuo experimento me fez repensar a aplicação do comportamento adjuntivo como forma de marketing e nas vendas, e de nunca mais rir da cara do dono da pizzaria!

O comportamento adjuntivo pode ser bem genericamente definido, como sendo um comportamento mantido de modo indireto por variáveis que controlam um outro comportamento, não sendo mantido diretamente por suas próprias variáveis controladoras.

Falk em seu estudo pioneiro em 1961 observou que ratos em estado de privação de alimento, quando estavam na caixa experimental pressionando a barra em esquema de reforçamento intervalo variável 60s’ (VI60) para a obtenção das pelotas, acabavam por beber mais água do que normalmente bebiam (polidipsia), já que na caixa experimental havia água disponível durante todo o experimento. Ou seja, os ratinhos mesmo famintos, sobre um determinado esquema, acabavam bebendo mais água do que quando estavam na gaiola viveiro onde dispunham de água e comida livremente.

É claro que aqui ainda cabem várias outras análises e implicações, porém a idéia foi só ilustrar e nos divertir demonstrando a abrangência e amplitude de nossa visão beheca sobre o mundo.

É a beleza de nossa querida Análise do Comportamento e seus controles em nosso cotidiano! Vivendo e discriminando!!!

Abraços a todos!

Símbolo da Liga UFSJ